PROACTIVE WEEKENDPois é meus caros. As férias acabaram-se, mas pelo menos até amanhã ainda estou num ritmo inicial do qual ainda não requer nenhuma produtividade, e quando assim é, a única diferença entre estar de férias e estar nesta fase inicial de aulas é que dou uns giros pela universidade a ter umas aulitas e estar com o pessoal. Para um aluno de planeamento só o facto de ainda não ter trabalhos acaba por ser quase como que ainda estar de férias. Se houver quem não concorde com o que disse, pois está no seu direito, né?
E nestas condições, aproveitei para ir dar um "pulinho" até Zamora - Espanha. É a 2ª vez que vou lá e também é a 2ª vez em apenas 3 semanas. A minha amiga "zamorana" Estefania ficou surpreendida por ter regressado em tão pouco tempo. Voltei lá pra voltar a vê-la e à sua amiga Sara, ao que também conheci pessoas muito porreiras como Elena e Ruben, mas também fui pelo facto de ter havido um festival nesta cidade de seu nome Proactive Festival, que se realizou mesmo nas imediações dessa bela catedral que vêm na foto. Rotulado de festival de Advanced Pop, que basicamente acaba por ser de Pop alternativo. As bandas eram espanholas, e apenas só tinha houvido uma ou outra música de duas delas: The Sunday Drivers - do qual a Jenny enquanto DJ do Posto7 tão alegremente passava a música "On my Mind", e de CatPeople, que também já vieram a Portugal pelo Festival de Paredes de Coura.
A intenção em ter ido passou por conhecer o que de bom musicalmente se faz por lá.
É uma pena nós não termos um conhecimento àcerca da boa música que se faz em Espanha, e vice-versa. Se os países estão ligados física e economicamente, acho que deveria haver uma aposta mútua no que se refere ao mercado musical. Acredito que há coisas que todos possamos apreciar, mesmo sendo o factor língua fundamental.
Foram ao todo 9 bandas que passaram sons desde o rock juvenil, a um rock que me faz lembrar os primeiros anos de Blind Zero, ou a cenas bem mais calminhas e também electrónicas.
Das bandas que vi (porque não vimos todas) saliento que me encantaram os Lori Meyers, que tem um som e uma postura semelhante aos Oasis, e sendo eu um fã desta banda britãnica iria curtir de certeza como curti. Mas acabam por ser um vocalista que toca guitarra e que canta em espanhol, factores que valorizam o trabalho da banda. Quanto aos Sunday Drivers - os cabeças de cartaz - não sei bem como defini-los, mas nota-se que que tem várias influências e têm um estilo próprio. Os catalães Catpeople nota-se que estão na vanguarda dos Interpol, inclusivé as vozes dos respectivos vocalistas são quase iguais. Depois a acabar a noite de concertos (que começou às 6 da tarde)actuaram os HealthControl cujas músicas eram acompanhados de vídeos que em conjunto com a sonoridade o público criava a sua própria noção da banda. Foi pena não ter visto este concerto até ao fim porque o frio apertou e fomos até a uns bares.
Foi curioso ir aos bares e estar em convivência com os músicos, que para alguns eram verdadeiros ídolos, enquanto que pra outros como eu, isso tinha pouco significado, pois tão pouco também os conheço. É também como se um estrangeiro estivesse num bar de Lisboa ao lado do Tim dos Xutos & Pontapés, isso também não significaria nada para ele, enquanto que pra grande parte de nós portugueses, ele é uma referência da música portuguesa e cuja presença não passa despercebida.
Quanto há afluência do público ao festival, confesso que fiquei um pouco mal impressionado: o recinto estava praí com 1/5 da afluência que estava á espera. E a razão de tal parece-me que deve-se a gostos musicais e a questões discriminatórias de umas pessoas para outras. Não é ao acaso que houve quem disse que nós tínhamos ido ao "Festival dos Guays (bacanos)" mas num tom depreciativo. Mas também não se compreende o que é que realmente interessa às pessoas: pois queixam-se que há falta de eventos culturais, mas quando estes acontecem não comparecem. Enfim, não é nada que já não tenha visto noutros lados.
Mas o que realmente importa é que eu fui e estive a curtir o festival com a gente que conhecia, e eles também.
Ontem conheci alguns "pueblos (aldeias)" zamoranos com Estefania. Estas paisagens rurais têm a sua beleza, a sua tranquilidade e conforto. Mas, tal como acontece em Portugal estes locais são afectados pela desertificação, e manter o encanto destes locais é manter ou atrair gentes, e ao mesmo tempo permitindo a coerente conservação, garantindo o bem-estar destes locais.
Caros amigos, se querem passear fora de Portugal e sem gastar muito dinheiro (eu sei que isto é muito relativo)e ver coisas bonitas aproveitem para visitar Zamora e Salamanca. De certeza que irão gostar da riqueza histórica e cultural e da noite que estas proporcionam.
"Y venga" , foi mais um fim-de-semana inesquecível em Zamora. Agradeço às pessoas com a amizade com que me receberam. A elas, tudo de bom e um até breve.